O sacrifício humano, na América pré-colombiana, era uma prática religiosa realizada no contexto de certos cultos praticados pelos povos indígenas das Américas. Foi documentado tanto pelos códices quanto pela iconografia pré-colombiana em geral. Ainda que os casos mais notórios sejam os ocorridos na área mesoamericana, sua existência foi provada também nas regiões habitadas pelos incas e noutras partes do continente. A prática do sacrifício humano nas religiões indígenas foi questionada desde a chegada dos europeus à América, no século XVI, existindo evidências documentais e histórico-arqueológicas suficientes para confirmar a sua existência.
Sacrifícios humanos mostrados no Codex Magliabechiano.Apesar de bem documentada e registrada nas sociedades das Américas Central e do Sul, a prática do sacrifício humano ainda está envolta em algum mistério; as exatas ideologias por trás do ritual ainda são desconhecidas; as teorias mais aceitas indicam que as vítimas eram executadas como forma aplacar determinados deuses.A prática do assassinato ritual de seres humanos foi comum a diversas culturas do mundo antigo. As vítimas eram mortas de maneira ritualística, como oferenda, ou de maneira a apaziguar os deuses, nos mais diferentes contextos. Existem evidências arqueológicas de sacrifícios humanos entre os celtas da Idade do Bronze, e em rituais relacionados à adoração dos deuses entre os povos germânicos na Escandinávia. Os antigos hebreus teriam praticado sacrifícios em épocas pré-bíblicas, e a história de Abraão e seu filho Isaac sugere que a certo momento houve uma ruptura com a prática.
Escavações no palácio real de Cnossos (dito "do rei Minos") apontaram evidências arqueológicas de sacrifícios rituais, e os romanos, cuja religião havia sancionado o sacrifício humano durante os primeiros séculos da existência de Roma, acusaram Cartago, durante as Guerras Púnicas, de sacrificar crianças com o intuito de aplacar seus deuses. Na Índia por muito tempo existiu a prática do ritual chamado Sati, em que a viúva deve se lançar sobre a pira funerária de seu falecido marido - prática que ocasionalmente ainda ocorre em áreas rurais do país.
Alguns estudiosos também associaram o sacrifício de crianças com a arte ritual olmeca que mostra "bebês-jaguares", como no Altar 5 de La Venta, em Tabasco, México, e no monumento de Las Limas; porém, respostas definitivas só virão com novos achados.Entre os maias, o sacrifícios de prisioneiros recriava a sua cosmogonia, e ocupava um papel central na ideologia dos soberanos. O arqueólogo e antropólogo americano Michael D. Coe exemplifica a grande mudança produzida pelos novos estudos da civilização maia, desde que os seus hieróglifos foram decifrados.
Agora é surpreendentemente claro que os maias da época clássica, e seus antecessores do Pré-Clássico, eram governados por dinastias hereditárias de guerreiros, para quem o auto-sacrifício, o derramamento de sangue, e o sacrifício da decapitação humana, eram obsessões .
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