Não me lembro muito bem o que aconteceu depois que ouvi meu nome. Sei que era a voz de Erick, aquela mesma voz doce e suave que sempre me acolhera. Quando reabri meus olhos sentindo uma forte dor vi que ele me abraçava forte enquanto falava:
- Você não sabe Lucy. Tudo que eu vi, tudo o que ouvi. Eles falaram sobre a morte, tudo o que esta alem.
- Erick?
- Eu estou fazendo um favor pra você. Pra todos vocês.
A menina de cabelos loiros presa em uma cadeira, amarrada a velha, dona da casa. Havia sangue no chão. Muito sangue. a velha olhava pra cima com os olhos fixos. Fixos e sem vida. Os cabelos loiros da garota estavam sujos, suas roupas rasgadas e sua cabeça baixa.
- Erick. O que você fez... - Não foi como uma pergunta. estava assombrada de mais para fazer perguntas. Ele me soltou. Encarou-me nos olhos, suas roupas cheiravam a sangue.
- Eu fiz o melhor Lucy! O melhor... Você não sabe como é depois. Você tem que ver. - Ele Segurava uma faca que escorria o liquido vermelho. - Eu vou te ajudar a ver Meu amor. Nós veremos tudo juntos.
Eu segurei sua mão com força. Era como se algo completamente horrível e cruel tomasse conta da minha mente. Ele próprio guiou minha mão em direção ao coração dele. Pensamentos que normalmente não tomariam conta de mim estava guiando minha mão. Tudo que eu queria naquele momento era enfiar aquela faca em seu coração, era ver a vida sumir de seus olhos. Segurei-a com as duas mãos, e ele a soltou como se ja soubesse a minha reação. Eu empurrei. Ela na horizontal desceu suavemente entre as costelas. Ele fechou os olhos com um sorriso no rosto. Não tinha medo. Não tinha raiva. Não tinha pressa. Caiu devagar com a faca ainda estacada em seu coração.
Verifiquei pela primeira vez. A Jovem estava Morta. A velha estava Morta. O garoto não voltou. Erick estava morto. E eu, longe de estar com medo. o cheiro do sangue começava a me agradar. Sua cor quase me hipnotizava. O seu som enquanto escorria dos corpos e caia pesadamente no chão era musica para os meus ouvidos. A unica coisa que ainda permanecia o mesmo, era o Frio. Ainda estava frio na casa. O vento ainda batia forte sobre o Jardim. Abri a porta devagar sem temer mais o que havia la fora.
- Lucy. - A voz da Velha assolou minha mente como um empurrão de volta para a realidade. Me virei vendo ela parada a minha frente. Seus olhos mortos, sua garganta cortada, suas roupas sujas. A Faca, antes no peito de Erick, em suas mãos. Depois em meu estomago. - Ainda não.
Abri os olhos. Estava no portão de uma casa que não era a minha. Estava sentada olhando uma lua de brilho azul que se confundia com o restante do céu sem estrelas.E ao longe, Erick se aproximava com duas pessoas. Eu Sorri.
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