Então abri os olhos.
Estava morta.
Não pudia ver, mas podia sentir. Meu corpo pesava e flutuava. Minha mente estava um turbilhão e uma calma. Senti cada parte do meu corpo como se não fosse mais meu.
E lá estava ele. Erick. O anjo que por tantas vezes me salvara, estava ali a minha frente, suas mãos manchadas e seus olhos tristes de onde escorriam as mais dolorosas gotas rubras.
Senti-me impotente e inútil ao vê-lo. Sua tristeza era tão profunda que suas asas já não brilhavam mais. Cada parte de mim desejava abraçá-lo e confortá-lo. Tira-lo daquele mundo terrível onde o haviam jogado. Tentei gritar.
- Erick. Anjo. Estou aqui.
Mas ele não podia me ouvir. Suas lágrimas de sangue continuavam a escorrer pela sua face branca e se misturar ao metal da bela e brilhante dama de ferro.
E eu só pude observar enquanto a dama se afastava do corpo imóvel no chão e se aproximava do coração do anjo. Sua parte mais sensível, mais vital.
O centro de todo seu lado que pode sentir e amar.
- Não faça anjo! Não!
Mas era tarde.
Sua aura pulsante se espalhou pelo espaço em moléculas azuis como seus olhos.
Tudo era breu agora.
E uma última lágrima escorreu em meu rosto.
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